sábado, dezembro 24, 2005

Um pouco de magia...

O Natal é lindo! Adoro esta época do ano, onde a felicidade transborda e todos nós andamos alegres. Recordo-me com carinho dos natais de minha infância, com toda a magia que as festas envolviam.
Com particular agrado me lembro dos presentes! Ainda hoje guardo comigo a prenda que recebi com 6 anos de idade! Uma bonita esferográfica que quando virada do avesso exibia uma mulher de seios desnudados. E conservo também as marcas de uma outra oferenda dada com tanto amor pelo meu papá. Num belo natal ele presenteou-me com 3 galhetas bem aplicadas que me arrancaram os dentes porque eu não comi a pele do bacalhau pois, segundo ele, o bacalhau é como a fruta, tem a vitamina toda na pele!
Mas não é por mim que escrevo hoje, é por uma criança e a sua esperança num natal feliz.
Como sou um gajo bem relacionado, por esta altura há muita criancinha que me escreve, na esperança que eu seja intermediário na sua relação com o Pai Natal.
Ora, desta feita, chegou-me uma missiva enternecedora e que me deixou quase comovido.
Escreveu-me um pobre menino judeu, de seu nome Hershell Moreira, com uma carta que vou passar a transcrever e que me fez vir as lágrimas aos olhos.
-“Caro Emílio, como sei que és um senhor muito importante e que toda a gente te deve favores, venho aqui pedir-te para me ajudares este Natal. Sou um pobre menino judeu e, como sabes, nós não comemoramos o Natal, comemoramos uma coisa esquisita chamada Hanukah. Por causa disso, o Pai natal não dá prendas a meninos judeus e eu tou tão desesperado que vou ter de recorrer aos serviços desse senhor simpático e espero que me ajudes no cumprimento do meu sonho.
O que aconteceu comigo foi triste Emílio. Completei este ano 13 anos e, como tal, tive direito a fazer o meu barmitzvah, para entrar na maioridade. Sou hoje um homem.
Contudo, por ocasião do barmitzvah houve um senhor que apanhou distraído e me cortou o prepúcio!!! Dizem que é pra me tornar um homem e mais não sei o quê!
Pois bem, desde esse dia que a minha tem sido um inferno!
Na escola os outros meninos zombam de mim no balneário porque eu sou diferente. Como não tenho protecção, tenho sempre a gaita assada por ela andar a roçar na cueca! Mas ainda há mais Emílio, isto tem sido um pesadelo! É que agora sem capucho, nunca mais se acumulou no meu escroto aquela bela sujidade branca que ficava quando eu não me lavava por baixo uns dias e a que eu chamava carinhosamente requeijão! Como vou viver sem requeijão!?!? E não é só, ainda há mais! Com este Inverno rigoroso, tenho passado um frio desgraçado na ponta da gaita, vê se pode!?
Por isso Emílio, venho aqui pedir-te misericordiosamente que me ajudes e que intercedas por mim junto do Pai Natal, para que este ano ele me ofereça um gorro que eu possa usar na cabeça do guerreiro, ajudando-me assim a passar por estes momentos difíceis com outro tipo de conforto.
Aguardando ansiosamente pela tua ajuda, eternamente grato;
Hershell Moreira.”
Fiquei tocado!
Já mexi os cordelinhos e acho que este ano, um menino judeu vai ter um Natal mais feliz.
Esperemos que a magia aconteça.

Despeço-me com amizade. ET

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Justiça seja feita.

Tempos houve em que, com base no princípio de que todos os animais eram filhos de Deus, os cãezinhos, os gatinhos e afins eram tratados com extremo respeito.
Existem relatos que reportam para a realização de julgamentos na França do século 15, de ratos que infestavam celeiros e cuja expulsão teria de ser ditada por ordem de tribunal e não com recurso à vassourada e ao 605 forte como de costume. Assim sendo, os campónios afectados pela ratice teriam de esperar por uma decisão de tribunal, onde os ratos teriam direito a uma defesa (por um qualquer José Maria Martins francês desta época), pra poder despachar a bicheza dali pra fora.
Com o avançar dos tempos esta tradição perdeu-se, com a perca de respeito pela Natureza e com a crescente centralização do papel do Homem. Ora, a mim parece-me que esta prática faria um jeitão nos dias de hoje, não por causa dos ratos, mas sim por causa das ratas! Ah pois é, eu gostaria de levar a tribunal uma cambada de ratas que por aí andam e que foram responsáveis por um conjunto alargado de doenças venéreas que eu contraí!
Já me tou a ver na sala de tribunal, aguardando ansiosamente pela decisão do júri, no papel de pobre vítima incauta, esperando apenas que se fizesse justiça. Ia ser uma coisa mais ou menos assim:
-“Dona Jaquelina Bomboca, acusada do crime de pegar gonorreia ao senhor Emílio Tubarão é declarada culpada! Por este crime será condenada à realização de um tratamento à base de Hirudóide, durante 3 a 4 semanas e, caso este não se mostre eficaz, à utilização de um cinto de castidade, durante um período de 2 a 3 meses. Deverá ainda apresentar-se na esquadra local semanalmente, para uma inspecção higiénica a realizar plo cacetéte do guarda Abel!”
Outra bardajona que eu queria ver na barra era a Gualadupe, essa mulher demoníaca!
-“ Este tribunal considera Dona Guadalupe Tronchuda culpada da acusação de pegar chatos ao arguido, condenando-a a uma pena que passará por uma cura à base de Quitoso, num período de 4 a 5 semanas e, após isto, a uma rapadela da púbis como medida de consciencialização para a necessidade de não fazer da passarinha um ninho para este tipo de camarão miúdo.”
Far-se-ia justiça!!!
Vamos esperar que o respeito pela mãe natureza retorne para que um dia, eu possa pensar que moro num mundo melhor!

Despeço-me com amizade. ET

sexta-feira, dezembro 09, 2005

A Fantástica Descoberta!

Há dias assim! Dias destes proporcionam memórias que vou levar comigo prá campa.
Sim, vá me vejo no leito de morte a pensar : “Ah, mas que tarde aquela, que gloriosa descoberta que eu fiz!”.
Sim, descobertas destas deviam valer um prémio Nobel! Não sei em que categoria, mas de certeza que pelo menos um Nobelzito devia valer. A esta hora devem os meus intrépidos leitores estarem a interrogar-se – “ Mas que caralho é que este palhaço descobriu!? Tá para aqui com estas e merdas e no fim deve ter sido uma treta sem interesse, tipo a fusão a frio ou uma bichice desse género.”
Mas não, esta descoberta foi fantástica, brilhante, sublime!!! E, acredite-se ou não, foi um mero acaso.
Passo a explicar, antes que vocês me mandem à merda. Já andava a mirar uma colega do trabalho há um tempão. Não é uma daquelas que quando um gajo olha, se nos levanta logo o macaco hidráulico, mas exibia umas bombocas que me faziam arranhar o pessegueiro.
Meti conversa com ela e lancei a rede. Até que um dia, depois do trabalho e de lhe ter proporcionado uma noite chique na Taberna do Francês, com muitas mínes e salada de orelha à mistura, lá consegui levar a bisca até casa pra uma noite de loucura selvagem! E foi chegando a casa que fiz uma das descobertas do século!
Comecei a descascá-la assim que entrámos em casa e aquilo despia-se melhor do que uma Chiquita! Tava todo entusiasmado quando fitei o grelo de caras! Tinha bom aspecto. Nada de muito elaborado, mas com uma simplicidade extremamente apelativa. Decidi pôr língua à obra e foi aí, no momento da labuta, que eu tive uma experiência extrasensorial!
Então não é que, ao aproximar a fossa nasal daquele pito fino ele emanava, não o característico aroma a bacalhau pescado no Mar de Barents, mas um odor tipicamente alentejano!
Sim, é verdade! A passarinha desta minha amiga cheirava a migas!!!!!!!!!
E que pitéu eram estas migas! Perdi-me durante horas naquele manjar divino, com os sentidos ainda mais despertos devido à excitação provocada por esta fabulosa descoberta.
Depois de horas de excelso pitéu, tive de parar por causa da dormência na língua. Mas posso dizer que foi certamente uma das, senão a mais majestosa experiência da minha vida.
Em suma, sou um Galileu da cona.
Espero que todos vós possam um dia, ter a sorte que eu tive.

Despeço-me com amizade. ET