terça-feira, dezembro 05, 2006

A Cozinheira Celestial: Parte 2 – A Revelação!

Carmelita chegou ao convento num dia soalheiro de Outono, percorrendo no seu caminho uma estrada ladeada de árvores carregadas de folhas de tom alaranjado que, quando iluminadas pela luz do sol provocavam um efeito de rara beleza. Era a estrada mais bonita que já havia visto, certamente uma mensagem do Senhor, que lhe mostrava que o caminho do convento era tão belo como a vida que a esperava enquanto freira.
Chegada ao convento foi recebida pela Madre Superiora, Angelina de seu nome, que estava encantada por receber mais uma jovem de fé inabalável e pronta a dedicar a sua vida a ajudar terceiros!
- Bem vinda sejas Carmelita, é para mim uma felicidade imensa receber nesta casa alguém disposto a dedicar a sua vida ao Senhor. Bem vinda sejas minha querida noviça, sei que aqui serás certamente muito feliz!
Era quase premonitória esta afirmação da madre Angelina, pois os tempos que viriam seriam, sem dúvida, de grande bonança para a nossa querida Carmelita.
Carmelita foi conduzida a sua cela, onde deveria permanecer em reclusão durante os primeiros tempos de noviça, de forma a dedicar-se à reflexão e acima de tudo ao estudo das orações, pois só assim estaria pronta para poder executar devidamente as suas funções enquanto freira. E muito reflectiu e orou Carmelita durante os seus primeiros tempos no convento. O contacto com as outras freiras era reduzido ao mínimo, já que a comprovação da fé necessitava de um período introspectivo iluminador. Foi nesta altura que afastou os seus fantasmas do passado, nomeadamente a relação conturbada com Francelino e que confirmou que a sua visão da Virgem tinha sido real, pois o seu coração dizia-o.
Assim se passou uma fase e, sem que desse por isso, Carmelita viu a sua fé confirmada e pôde finalmente dedicar-se às suas obrigações enquanto freira. Começou a cumprir serviço social, nomeadamente a prestar auxílio aos mais desfavorecidos e a dedicar-se a realizar as suas tarefas dentro do convento, tais como limpar o pó às imagens da virgem ou gravar os episódios dos Morangos com Açúcar que a Madre Superiora não podia ver por qualquer motivo. E foi no meio de tudo isto que Carmelita encontrou uma actividade que a completava. Decidiu seguir a boa tradição vigente nos conventos e dedicou-se à culinária, embrenhando-se na prática da doçaria conventual! E como gostava a jovem moçoila de se dedicar a estas práticas, tornando-se rapidamente numas das irmãs mais embrenhadas no ofício, ao qual se entregava de alma e coração no intervalo das orações!
Tudo corria bem na vida da jovem até que por alturas da Primavera começou a sentir coisas estranhas. Carmelita começou a padecer de uns calores, que a atacavam de quando em vez, particularmente quando se encontrava na presença do padre Adérito, o pároco da freguesia onde se localizava o convento. Estranhou este facto, mas acabou por optar por canalizar a energia extra que estes calores lhe pareciam fornecer para a culinária, exercendo esta função com cada vez mais aprumo! Mas um dia Carmelita começou a achar os calores insuportáveis e calculou que estes eram certamente uma mensagem do Senhor. Pensou, rezou e acima de tudo coçou com todas as forças que tinha, mas não havia mania de desvendar qual era a missiva celestial. Até que um dia, os calores apertaram tanto que Carmelita decidiu tomar medidas drásticas.
Saída ao final do dia da cozinha do convento, sentiu uma ânsia inexplicável para trazer consigo a colher de pau com que usualmente cozinhava, na esperança que o Senhor lhe desse um sinal. Chegada à sua cela tirou a colher de pau de debaixo do seu hábito e colocou-a na cabeceira da cama junto ao Livro Sagrado. Começou a rezar freneticamente na esperança que o nosso Senhor a iluminasse acerca de qual o propósito daqueles afrontamentos até que, no final da oração, num acto de desespero, agarrou na sua estimada colher de pau e introduziu-a ostensivamente pela zona mais acalorada acima, com uma força que nem sabia possuir! Foi nesse preciso momento que sentiu um profundo alívio como nunca antes tinha sentido, alívio esse que vinha acompanhado de um estranho néctar que respingava pela colher de pau abaixo e que parecia ser proveniente das suas entranhas amorosas!
Dormiu tranquila essa noite, não tendo o sonho recorrente que vinha experimentando, no qual o padre Adérito lhe aparecia vestido apenas com um crucifixo gritando a frase – “Ajoelha e reza minha filha, ajoelha e reza que o Senhor já (se) vem…” .
Acordou mais descansada que nunca na manhã seguinte, com um sorriso na cara e com uma imensa vontade de atacar a cozinha e dedicar-se à confecção dos seus preciosos doces. Pegou na sua colher de pau e mexeu a massa como jamais havia feito, bateu as claras com mais vontade que nunca e açucarou tudo com um amor único! E qual não foi o seu espanto quando a madre Angelina surgiu na sua frente espavorida, com lágrimas nos olhos, perguntando bem alto:
- Carmelita minha filha, foste tu quem preparou estes papos de anjo?
- Fui sim Madre Superiora. – respondeu Carmelita meio assustada.
- Abençoada sejas mulher, pois são a coisa mais divinal que alguma vez tocou minha boca! É um dom divino minha filha, só pode ser! Abençoadas mãos tens tu!
E aí Carmelita percebeu tudo, o porquê dos calores, a vontade inexplicável de levar a colher para o quarto e, por fim, a introdução desta no seu orifício sagrado após uma oração! Era a vontade do Senhor, que pretendia conceder-lhe um dom que ela devia aproveitar ao máximo.

To be continued…

4 Comments:

At 9:48 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Incrivel... como tu consegues tranformar uma história que inicialmente tinha como personagens uma prostituta ou uma cozinheira de um restaurante da IC1! Numa história dedicada à sua vocação...
Estou ansioso pela continuação...

 
At 9:32 da tarde, Blogger Barrabás said...

Boa tática, assim nunca vouser capaz de largar A Irmandade do Testiculo

 
At 5:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
tu és uma figura seu pandeleiro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
seu maluco!!!!!!!!!!!
o no me disso é ócio criativo!!!
haeuaheuhauheuaheuaheuahueahuehau
abraço bigodão

 
At 10:58 da manhã, Anonymous Anónimo said...

é em momentos como este que tenho um certo orgulho, mas não muito, em ser tua irmã.

 

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