terça-feira, junho 21, 2005

Le fantastique monde dú bechámel!!

Olhava-te tão esperançoso,
sonhava e pensava em ti.
Mas não avancei, receoso.
De te mexer no pipi.

Deixei-me ficar ao longe,
pobre mirone apaixonado.
Se não fores minha viro monge,
ou sigo um caminho errado.

E segui observando,
colei-me sempre mais perto.
Por uma migalha esperando,
ou por um pouco de afecto.

Tentei encher-me de coragem,
queria-te falar de amor.
Mas sou jovem, sou um pagem,
e nestas questões costuma prevalecer o rubor.

Sentia-me a ensandecer.
Vais ser minha, eu prometo!!
E hoje, ao anoitecer,
vou chegar de coração aberto!!

Aproximei-me envergonhado,
mas antes, ajeitei o testículo.
Disse-lhe meigo, estou apaixonado!!!
Ela retorquiu, és ridículo!!!

Fugi rua fora a gritar,
Mas ninguém me ama, ninguém me sente??!!
E ouvi a multidão a clamar,
Acorda prá vida rapaz, tu és Emílio, não és gente !!!


Despeço-me com amizade. ET

terça-feira, junho 07, 2005

Doctor Love

A minha vida amorosa apresenta-se neste momento à imagem e semelhança da economia nacional, com um grave défice no que à paixão diz respeito. Efectivamente, nos últimos tempos não me toca nada e nem mesmo as minhas incursões de conquista na ACAPO têm resultado, já que até as ceguinhas me topam à distância!! Tenho de arranjar uma categoria nova de aleijadinhas para assediar, por forma a que a minha taxa de sucesso aumente exponencialmente e o défice seja convertido num superavit amoroso!! Tenho pensado no ramo das gajas com lepra, já que se elas me derem uma nega, arranco-lhes uma mama e levo-a para casa pra brincar sozinho.
Deveras, os meus momentos de carência têm sido de tal forma portentosos que acabei por ter um momento de plena satisfação sentimental no local mais inesperado do mundo!
Contraí a semana passada, durante a utilização de uma boneca insuflável que apresentava já uma colónia de fungos (basidiomicetas) altamente desenvolvida numa das suas cavidades, uma doença que me atacou a região peniana e que me fez recorrer com aflição às urgências do hospital de São José, tal não era a dor aguda e o tom esverdeado que o meu estame carnal apresentava. No hospital encaminharam-me para os serviços de Urologia, onde deveria ser submetido a uma extensa bateria de testes, pois havia a suspeita de que havia contraído uma doença exótica e de raridade excepcional (será abordada futuramente). Na Urologia esperava-me o Dr. Salsedo, urologista de renome que manuseava o instrumento (estoscópio) como poucos.
Dr. Salsedo mandou-me baixar as calças e eu assustei-me, não me parecia de bom tom despir-me assim em frente áquele homem de voz ululante e nariz adunco, era no mínimo duvidoso. Ainda relutante despi-me e vi o shôr doutor aproximar-se com ar curioso : "Isto é notável!!"- gritou ele, olhando para o meu pingalim com olhar estupefacto! Aproximou-se de mim espantado e num gesto repentino, agarrou-me nas pretuberâncias de forma ávida e foi aí que eu detectei o meu verdadeiro grau de carência!!
É verdade, eu encontrava-me de tal forma necessitado, que aquele contacto com as minhas partes podengas soube-me divinamente, por muito abichanado que isto pareça. O meu ser ansiava por um pouco de ternura tão sequiosamente que até mesmo o contacto gélido com o meu escroto provocado por aquele homem da ciência me fez sentir completamente renovado!!!!!
De hoje em diante já sei qual é a minha especialidade preferida, sendo que a ida ao doutor nunca mais provocará em mim qualquer tipo de preocupações. Se calhar dava um certo jeito era arranjar uma senhora doutora, para a experiência poder ser plenamente vivida sem qualquer tipo de trauma!
Por isso meus amigos já sabem, se durante muito tempo não forem agraciados com a dádiva do amor, não se preocupem arranjem para aí um problema no cano e dirijam-se ao hospital mais próximo, que pelo menos durante um bocado alguém vos mexe nos tomates de borla!!

Depeço-me com amizade. ET

sábado, junho 04, 2005

Um eléctrico chamado despejo...

Os meus dias corriam como sempre, mais uma vez tudo me escapava por entre os dedos. Apesar dos meus esmerados intentos, novamente a míuda tinha ficado para um capitão de mar com pinta de engatatão de novela venezuelana em vez de ficar para mim. Porque será que acabo sempre por chegar em 2º?! Será do cheiro?! É possível, o uso excessivo de Old Spice parece não resultar ao nível dos rituais de acasalamento, especialmente quando misturado com um odor corporal deveras nefasto. Também a acumulação de nhaca debaixo das unhas parece não vir no topo das preferências femininas. Adiante!
Seguia eu em mais um dia de frustração amorosa quando no meu caminho de todos os dias eu a vi! Estava no eléctrico quando visualizei aquela Marylin dos carris. Ela estava apenas a alguns metros quando despertou a minha atenção. Era linda, loira, um verdadeiro poço de sensualidade que fez despertar um vulcão dentro da minhas calças! O sol brilhava e deixava-me esperançoso de uma vida melhor. Trocámos um olhar fugaz, mas suficiente para sentir a electricidade a crepitar no ar. O meu corpo tremia à medida que um suave arrepio percorria a minha espinha. Não há nada melhor para curar um mal de amor do que uma nova paixão!!!!
Ela caminhou na minha direcção e ao aproximar-se de mim provocou um ligeiro contacto que indiciava que a atracção seria mútua. Vi-a sair na paragem seguinte, seguindo num passo apressado mas extraordinariamente elegante, mas com a certeza de que certamente nos voltariamos a encontrar e que quando essa ocasião se desse, consumariamos a nossa paixão! Segui feliz direito a casa, pensando naquela figura angelical que me fazia pura e simplesmente esquecer todos os problemas e preocupações que tinha, como aquele pêlo encravado na nádega direita ou a renda da casa que ainda estava por pagar.
Antes de chegar a casa fui resolver este último problema e dirigi-me a casa da minha senhoria com o intuito de saldar contas. E foi então que o meu mundo desabou! Ao jogar a mão ao bolso do casaco para retirar a carteira e efectuar o pagamento, eis que eu verifico que a carteira não estava lá!! Procurei freneticamente em tudo o que era bolso e nada, ela tinha-se sumido! Lembrei-me então do meu encontro casual no eléctrico, apenas para concluir que aquela pin-up do 18 prá Ajuda não via em mim o amor, mas sim uma oportunidade para surripiar mais uma carteira recheada que nem um perú de natal. Tentei explicar à minha senhoria o que se havia passado, que pagaria os meus 75€ de renda assim que conseguisse vender mais alguns pensos lá no semáforo em que trabalho. Mas ela não me ouviu, pura e simplesmente ignorou todas as minhas razões e mandou-me tirar tudo o que tinha no quarto, incluindo a Berenice, a minha barata de estimação, até às 3 tarde, pois ela já tinha um acordo com um proxeneta dos Anjos para que ele usasse o meu quartito como ninho de amor para as suas meninas e com aquilo a renda era sempre certa!
E assim lá fui eu, o novo sem-abrigo da cidade apenas por ter entrado num eléctrico chamado despejo!
Que sirva de lição a este tonto apaixonado, louco e despejado, apenas porque quer amar.

Despeço-me com amizade. ET