Conheci Carmelinda numa manhã solarenga! Dormia descansado quando o dling dong da campainha me acordou dum sonho lindo, em que possuía por trás a Maria José Nogueira Pinto enquanto a Valentina Torres me fritava uns rissóis de camarão! Ainda meio azambuado deste despertar abrupto, cheguei à porta e soltei um – “ Quem é óh caralho??!!” e ouvi de resposta uma voz melodiosa que disse –“ Coooooorreio prá’ssinar!!!!”
Mandei aproximar-se. Ainda estava com o canhão carregado devido ao portentoso sonho que estava a ter, quando ela chegou junto à porta. Era graciosa e apesar de baixinha apresentava uma prateleira digna de se ver, sendo merecedora da deposição de um novo bibelot no cerne daquela estante. Carmelinda Bilha era o nome que constava da placa de indentificação.
-“Como será de traseirada? Com um nome destes...”- pensava eu pra comigo mesmo enquanto tentava entalar o que restava da proeminência entre as cuecas, não fosse a moçoila assustar-se com a enormidade.
-“Assine aqui junto à cruz.” – disse ela de forma branda. E foi aqui que eu notei que ela havia fixado o seu olhar no meu baixo ventre, já que não há cueca alguma que sustenha tamanha virilidade! Senti que era hora de atacar e tinha de satisfazer a minha curiosidade.
-“Olha, não se importa de entrar? È que esta caneta não funciona muito bem, tenho de ir buscar outra e assim escusa de estar aí fora, pois andam aí muitos cães perigosos que não gostam de carteiros.”- disse eu com malícia no pensamento. –“ Tem razão, nunca se sabe quando é que aparece algum sem trela e nos dá uma dentada!”- retorquiu ela alegremente.
Fui dissimuladamente lá dentro e quando voltei já me apresentava como vim ao mundo, com a farpela que deus me deu, era pegar ou agarrar!!
– “ Ai Jesus, você é um cachorro!!!” – disse ela nervosa e ofegante, ao que eu respondi –“ Ah pois sou, não é á toa que me chamam o mastim das Laranjeiras e olha que não é a sua perna o que eu quero fornicar!”
Virei-a de imediato do avesso e arranquei-lhe as bragas com esmero, mas foi aí que eu me deparei com a crise!!!
Ao descer as cuecas de 70% algodão, 30% poliéster que ela vestia deparei-me com uma realidade acerca da qual já desconfiava! Os trabalhadores dos CTT andam sempre prevenidos e como tal nunca abdicam de trazer consigo um selo!!
È verdade!! No interior daquelas excitantes cuecas habitava um selo de merda que permitia expedir qualquer encomenda para o outro lado do Sol posto!!!
Subi-lhe as cuecas para cima e disse-lhe: - “Olhe, desculpe lá mas lembrei-me agora que tenho uns rissóis pra fritar! Temos de deixar esta brincadeira para outro dia, está bem?”
Ela saiu cabisbaixa, mas eu nada podia fazer. Com um selo daqueles, imagino o lacre que havia mais à frente e a encomenda que eu tinha era correio azul e não de serviço normal.
Foi uma pena, mas pode ser que algum dia a volta do correio torne a passar aqui por casa, não nas mesmas condições, mas com um bocadinho mais de frescor, que é prá coisa poder correr melhor.
Por isso amigos já sabem, quando uma carteira passar aí por casa e vocês estiverem afoitos a enviar uma boa missiva, já sabem o que vai acontecer, ou optam pelo correio electrónico ou têm de lamber o selo!!!!
Despeço-me com amizade. ET