quarta-feira, novembro 23, 2005

Gonorreia

Tu apareceste certo dia, de soslaio.
Não te liguei, pensei que eras banal.
Mas tu entraste na minha vida como um raio!!
E ainda pensei que pudesses ser fatal.

Da tua origem logo eu desconfiei!
Foi a Zézinha, essa porca mal lavada!
Mas dá-me perdão se ao início te estranhei,
Agora és minha, docemente entranhada.

E já não passo sem sentir o teu ardor.
Urinar sangue agora é felicidade!!
És para mim uma prova de puro amor,
E uma lembrança de uma bela puberdade!

Fica comigo até ao fim dos meus dias!
Quero continuar embrenhado em tua teia!
Já te peguei quer a primas, quer a tias,
e grito alto -"Eu te amo, gonorreia!!!!!! "

Despeço-me com amizade. ET

quinta-feira, novembro 17, 2005

A Musa

Tem-me vindo a ser frequentemente perguntado por várias dezenas de fãs femininas; “ Óh Emílio, porque é que nos tens brindado com tão poucos textos ultimamente? Não sabes tu que os teus textos são verdadeiros catalizadores de excitação e que só ao lê-los ficamos verdadeiramente em brasa! Por favor escreve mais!”
Ora bem, a resposta óbvia a esta pergunta não poderá deixar de ser, epá não escrevo mais porque tenho andado a ocupar o meu tempo a fazer mulheres felizes, ou acham porventura que são só os meus textos que deixam qualquer fêmea absolutamente desvairada!?!?!?
Mas efectivamente, como até sou um bom samaritano, decidi perder algum do meu precioso tempo a pensar numa forma de resolver este problema, para que possa voltar a folgança e a felicidade aos corações de milhares de fãs. Eis então que dou por mim perante esta problemática. De que maneira posso eu escrever mais??? Ideias são coisa que não me faltam, então o que será que falta para que eu seja impelido para uma escrita mais compulsiva? Pensei nos grandes autores da história como Hemingway, Camões ou Simão Rodovalho (redactor principal da revista Gina) e eis que descobri o que todos eles tinham em comum, qual motor de propulsão da sua escrita. Todos estes grandes homens iam buscar as graças para a sua escrita a uma musa inspiradora!!!
Pensei para mim mesmo; “Esta merda da musa até é capaz de dar resultado, se bem que me parece um conceito pouco satisfatório. A galdéria inspira-me e prontos, serviço feito e vais pra casa feliz! Não me parece…até porque ideias já eu tenho, é outra coisa que me escasseia”
Fui então abençoado por mais uma ideia divina! E se em vez de uma musa inspiradora, eu arranja-se uma musa sugadora!?!? O papel da musa sugadora será muito simples: ao invés de me fornecer uma simplória e prosaica inspiração, ela oferecer-me-ia um belo cardápio de divinais sugadelas! Bastava-me colocar esta musa com boca de charroco estrategicamente debaixo da secretária do computador e voilá, os textos iriam surgir às molhadas, na ordem das dezenas ao dia! Sim, sem dúvida que assim a minha taxa de post's viria a aumentar exponencialmente!
Portanto resta-me esperar que apareça alguma voluntária aqui pelo blog. Vamos lá leitoras, toca a dar o passo em frente! Senão olha, tenho de ligar para um daqueles anúncios de estudante universitária, busto 42, peludinha, bundinha de aço, fala fluentemente 3 línguas, chuva dourada sublime!

Despeço-me com amizade. ET

quinta-feira, novembro 03, 2005

A Carteira

Conheci Carmelinda numa manhã solarenga! Dormia descansado quando o dling dong da campainha me acordou dum sonho lindo, em que possuía por trás a Maria José Nogueira Pinto enquanto a Valentina Torres me fritava uns rissóis de camarão! Ainda meio azambuado deste despertar abrupto, cheguei à porta e soltei um – “ Quem é óh caralho??!!” e ouvi de resposta uma voz melodiosa que disse –“ Coooooorreio prá’ssinar!!!!”
Mandei aproximar-se. Ainda estava com o canhão carregado devido ao portentoso sonho que estava a ter, quando ela chegou junto à porta. Era graciosa e apesar de baixinha apresentava uma prateleira digna de se ver, sendo merecedora da deposição de um novo bibelot no cerne daquela estante. Carmelinda Bilha era o nome que constava da placa de indentificação.
-“Como será de traseirada? Com um nome destes...”- pensava eu pra comigo mesmo enquanto tentava entalar o que restava da proeminência entre as cuecas, não fosse a moçoila assustar-se com a enormidade.
-“Assine aqui junto à cruz.” – disse ela de forma branda. E foi aqui que eu notei que ela havia fixado o seu olhar no meu baixo ventre, já que não há cueca alguma que sustenha tamanha virilidade! Senti que era hora de atacar e tinha de satisfazer a minha curiosidade.
-“Olha, não se importa de entrar? È que esta caneta não funciona muito bem, tenho de ir buscar outra e assim escusa de estar aí fora, pois andam aí muitos cães perigosos que não gostam de carteiros.”- disse eu com malícia no pensamento. –“ Tem razão, nunca se sabe quando é que aparece algum sem trela e nos dá uma dentada!”- retorquiu ela alegremente.
Fui dissimuladamente lá dentro e quando voltei já me apresentava como vim ao mundo, com a farpela que deus me deu, era pegar ou agarrar!!
– “ Ai Jesus, você é um cachorro!!!” – disse ela nervosa e ofegante, ao que eu respondi –“ Ah pois sou, não é á toa que me chamam o mastim das Laranjeiras e olha que não é a sua perna o que eu quero fornicar!”
Virei-a de imediato do avesso e arranquei-lhe as bragas com esmero, mas foi aí que eu me deparei com a crise!!!
Ao descer as cuecas de 70% algodão, 30% poliéster que ela vestia deparei-me com uma realidade acerca da qual já desconfiava! Os trabalhadores dos CTT andam sempre prevenidos e como tal nunca abdicam de trazer consigo um selo!!
È verdade!! No interior daquelas excitantes cuecas habitava um selo de merda que permitia expedir qualquer encomenda para o outro lado do Sol posto!!!
Subi-lhe as cuecas para cima e disse-lhe: - “Olhe, desculpe lá mas lembrei-me agora que tenho uns rissóis pra fritar! Temos de deixar esta brincadeira para outro dia, está bem?”
Ela saiu cabisbaixa, mas eu nada podia fazer. Com um selo daqueles, imagino o lacre que havia mais à frente e a encomenda que eu tinha era correio azul e não de serviço normal.
Foi uma pena, mas pode ser que algum dia a volta do correio torne a passar aqui por casa, não nas mesmas condições, mas com um bocadinho mais de frescor, que é prá coisa poder correr melhor.
Por isso amigos já sabem, quando uma carteira passar aí por casa e vocês estiverem afoitos a enviar uma boa missiva, já sabem o que vai acontecer, ou optam pelo correio electrónico ou têm de lamber o selo!!!!

Despeço-me com amizade. ET